Emagrecer durante a pandemia pode parecer uma boa ideia. Tem tanta gente treinando em casa para nos “inspirar”, não é? Só que em alguns casos a mensagem que leio é faça de tudo para não engordar. Então não foi uma surpresa ver tantas celebridades falando sobre os quilos “a mais”. Tem até ap´licativo para emagrecer oferecendo plano de “graça”.
Antes de tudo, preciso dizer o quê mais me motivou a escrever: o fato de ser exatamente um post sobre jejum intermitente o texto mais procurado desse site inteirinho. Você vai encontrá-lo bem aqui e para ser bem sincera, isso me preocupa. Por outro lado, tento acreditar que a informação está chegando em quem interessa e isso me deixa feliz. E justamente por isso mais motivada conversar com você.
Ainda mais agora que a “obesidade” foi considerada como um fator de risco para o coronavírus… Então por que não aproveitar a “oportunidade” e fazer um “protocolo prolongado de jejum intermintente” por exemplo? É exatamente assim que eu pensaria nos dias de bulimia nervosa.
Para você ver como transtornos alimentares são uma preocupação sempre. Mesmo depois da cura. Afinal turvam a nossa mente, fazendo inclusive gente se desconectar da realidade. Estamos diante do caos, as pessoas morrendo de forma indigna e… A esse tipo de conversa rolando. Esse é o tamanho do problema.
Emagrecer é sobre dinheiro
Um estudo recente defendeu que pessoas “acima do peso” estariam mais vulneráveis na pandemia. Inclusive nos aconselham a evitar a contaminação a todo preço, mas… Não deveríamos todos fazer e ter o direito a fazer isso independente de nosso corpo? Por que mais uma vez um tipo de corpo é considerado fator de risco?
Esse é o ponto aqui.
O mundo simplesmente impõe a ideia de que precisamos emagrecer deveria ser nossa meta principal na vida. E pior, de cuidado. Com a pandemia então… Por isso escrevo, por conhecer muito bem onde esse tipo de pensamento pode chegar. Mais uma vez, não é com a sua saúde.
Em outras palavras, a preocupação é com um mercado que vale aproximadamente 35 bilhões de dólares por ano, apenas nos Estados Unidos. E que mesmo em tempos de coronavírus, precisa fazer você pensar em emagrecer e consumir a imagem de musas fitness, produtos para queimar, revistas especializadas, etc.
Para ficar de olho
Emagrecer no final das contas é uma escolha que recai sobre o seu corpo, dizem alguns. Entretanto, você pode literalmente morrer tentando fazer isso. Pode inclusive ser gatilho para um transtorno alimentar como a bulimia nervosa. E não estou falando apenas do seu corpo físico mas também da sua cabeça. Por mais que as pessoas digam que emagrecer é se cuidar, a gente sabe que não é verdade.
Os distúrbios alimentares são problemas extremamente graves. A taxa de mortalidade da anorexia, por exemplo, é de 15% a 20%. Cerca de 90% dos pacientes são do sexo feminino.
Se você tem pensando em parar de comer para emagrecer durante a pandemia, isso é um sinal de alerta gigantesco.
Tente desviar seu pensamento de dietas, sobre jejum intermitente, sobre a “felicidade” que vai ser “ostentar” um corpo “novo” quando tudo isso passar. Deixe de lado todo e qualquer pensamento de culpa porque está “comendo demais”.
O que a bulimia te pede em “troca” custa muito caro. Não estou falando dos esmaltes dos dentes. O coração e a garganta de quem desenvolve a doença podem ser bastante afetados. E as relações sociais também.
Se você realmente quer emagrecer e tem motivos para isso que vão muito além daquelas recomendações que os médicos dão pra gente sem a gente pensar, tente deixar para depois. Sério.
Já pode ser muito ruim sem coronavírus.
E certamente é pior com ele.