Parar de roer unhas, esse é o assunto. Não quero falar sobre recordes, disputar estórias sobre dopping, falar sobre a mulher mais rápida do mundo. Quero falar sobre alguém que nos inspira até hoje, por sua humanidade, sua beleza, sua força. Foi assim que aprendi a ver as imagens de Florence Griffith-Joyner. Não é sobre quebrar o recorde dos 100 metros em 1988 nas olimpíadas, é sobre uma detalhe que fez toda a diferença enquanto fazia isso, suas unhas como mostra essa imagem inesquecível.

Essas foi uma das imagens mais poderosas que vi transmitidas pela televisão quando era criança e mesmo sem entender o que aquilo significava, ver aquelas mãos todas coloridas me inspirou. E que ficaram na memória da quela criança que queria muito parar de roer unhas.
Bem, sou roedora até hoje e se acontece o mesmo com você, sabe muito bem que é uma ótima metáfora para quem vive se escondendo, com vergonha, com medo. E não falo apenas na vida social, aquela do trabalho, das amizades, das carícias trocadas entre amantes. É aquela ansiedade de quem se vê sozinho, com os dedos encolhidos para a vida, algumas vezes suando bicas. Isso é roer unhas.
UNHAS SEM VERGONHA
Então gostaria de dividir essa imagem com você, porque unhas e movimento sempre andaram juntos de alguma forma. É preciso cravar as mãos na linha de chegada, comemorar na linha de chegada. Com os braços abertos para o mundo, de mãos cheias, arranhando e acariciando se preciso.
Então, para quem está por aí lutando para parar de roer unhas, essa é a mensagem. Que não é apenas pela beleza, que aliás é muita, mas por se abrir quando dizem que devemos andar acanhadas, de mãos escondidas. Mesmo nossas unhas roídas não devem ser escondidas, são testemunho de quem somos, que ganhem o mundo tanto quanto as coloridas e compridas unhas esmaltadas das redes sociais e das atletas que nos emocionam.
Delas vem a raíz de tudo. A gente sabe que roer faz mal, a gente sabe. Afeta o intestino, os músculos da cara, gengivite. Leva os maus organismos para dentro de nosso corpo. Mas é um escape, mesmo que não deva ser. Para algumas pessoas o problema é tamanho que podem chegar a roer as unhas dos pés.
PARAR DE ROER UNHAS
Então a primeira coisa que indico para você que quer parar de roer unhas, mesmo que tenha sido bem complicado para mim mesma é: entender a origem do problema. Quase sempre é a saúde mental, uma depressão, ansiedade social, essas coisas que nos tiram dos eixos e afundam ainda mais os dedos nas mãos em vergonha. Não tenha. Se precisar fale com as amigas sobre o problema e busque auxílio fazendo sua manicure. Deixar as unhas esmaltadas ajuda pra caramba.
E depois, se inspirar nessas mulheres que fazem da unha parte de sua mensagem, de sua fortaleza. Não para os outros, não. É para a gente mesma. Mesmo.
Imagem de destaque: Florence Griffith Joyner (Anacleto Rapping)